USINEIROS ESTÃO DE OLHO NA RENTABILIDADE DO AÇÚCAR

 

 

 

 

 

 


A quebra na produção mundial tornou o preço do açúcar atrativo novamente. Segundo os especialistas, o insumo voltou a ter uma cotação interessante, mas entendem que ainda é cedo para determinar se as usinas irão ampliar sua produção de açúcar para se beneficiar da conjuntura mais favorável.
“Ainda precisamos observar qual será a tendência futura do dólar. Quando estivermos em plena colheita, a partir de abril, teremos uma definição melhor”, afirmam.
Segundo as contas dos analistas, a remuneração do produto é mais elevada quando o preço do açúcar está em 11 centavos de dólar por libra-peso e o câmbio em R$ 2,30 do que a cotação do insumo em 16 centavos de dólar por libra-peso e o câmbio em R$ 1,70. “Este ano, as usinas produziram o máximo de álcool e o mínimo de açúcar. Mas estão preparadas para ampliar a produção de açúcar se for interessante”.
Levantamento de preços do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), ligado à Esalq/USP, comprova o novo cenário. De acordo com a instituição, o açúcar remunerou 19% a mais do que álcool hidratado em dezembro passado, e ficou em linha com o preço do anidro. “Com a redução na produção indiana do insumo, em torno de 5 milhões de toneladas nesta safra, vemos o balanço entre oferta e demanda mais ajustado”.
O Brasil dispõe atualmente de uma capacidade adicional na produção de açúcar de 3 milhões de toneladas, alcançando 30 milhões de toneladas. Mesmo aumentando a oferta, os especialistas acreditam que as usinas não terão problemas de colocação do insumo no mercado.
Os analistas calculam que esse incremento na produção significa a retirada de 2,5 bilhões de litros de etanol no mercado, o que também contribuiria para reduzir a pressão baixista sobre os preços do biocombustível no mercado interno.
SAFRA
O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, participa, nesta segunda-feira, dia 29, da abertura da safra 2010/2011 de cana-de-açúcar, em Quirinópolis (GO), a cerca de 300 quilômetros de Goiânia.
A colheita na região centro-sul do País ocorre entre os meses de abril e novembro, onde se concentra 90% da produção nacional. O estado de Goiás é o quarto maior produtor do Brasil. Em todo o país, o cultivo de cana destinado ao setor sucroalcooleiro atingiu 594 milhões de toneladas (Diário de Cuiabá, 28/3/10)