CULTIVO DO CAFÉ

Culturas lntercalares

O cultivo intercalar de outras plantas dentro do cafezal é admissível somente durante a formação deste, objetivando uma renda compensatória ao cafeicultor enquanto não tem o café produção. As culturas intercalares variam bastante quanto ao prejuízo que podem causar ao cafeeiro. As principais culturas intercalares, na ordem crescente do prejuízo, que podem causar ao cafeeiro são: feijão, amendoim, soja, arroz, algodão, milho, girassol e mamona.

Durante o período chuvoso é admissível o cultivo, por rua do cafezal, de 2 linhas de milho ou 3 de arroz ou algodão ou 4 de feijão ou outra leguminosa de baixo porte. No segundo ano poderá ser plantada uma linha de milho ou de arroz ou 3 de leguminosa. No terceiro ano apenas 1 ou 2 linhas de leguminosas, sendo contra-indicado o cultivo intercalar a partir do 4º ano.
Capinas

As ervas daninhas podem causar grandes prejuízos ao cafezal se não forem adequadamente controladas. Contudo, quando o seu crescimento não for excessivo, o seu efeito na lavoura pode ser benéfico, controlando a erosão, contribuindo para manter o nível de matéria orgânica do solo e evitando o aquecimento demasiado deste e sua compactação.

Durante os meses de seca as ervas invasoras concorrem com os cafeeiros no consumo da água disponível do solo, razão pela qual as lavouras devem ser mantidas, nessa época, livres de qualquer vegetação estranha.
A eliminação das ervas daninhas é feita pelas capinas, geralmente em número de 3 a 5 durante o período chuvoso. As capinas podem ser manuais, mecânicas ou por meio de herbicidas.

Capina manual

São feitas normalmente com o emprego da enxada. O rendimento do trabalho com a enxada é pequeno, dependendo principalmente do tamanho das ervas daninhas. A capina manual é aconselhada para o desmatamento dos cafezais antigos, plantados em espaçamentos largos e em quadra, tendo em vista que a mecanização dessas lavouras favorece a erosão.

Capina mecânica

São aconselháveis apenas para os cafezais plantados em nível e em espaçamentos funcionais, onde as distâncias entre linhas são maiores do que aquelas entre as covas nas linhas, o que permite a passagem das máquinas no sentido do terreno.

Podem ser feitas por máquinas à tração animal ou motorizada. A única máquina de tração animal que deve ser usada nas capinas do cafezal é o cultivador de 5 enxadinhas, também denominada carpideira ou planet.
As máquinas de tração motorizada só podem ser usadas em cafezais plantados em espaçamentos mais largos ou naquelas em formação.
Herbicidas

O combate de ervas daninhas pode também ser feito por meio de substâncias químicas chamadas herbicidas encontrados no mercado, obedecendo a época certa e as quantidades indicadas por técnico.

Poda

A poda é uma operação de rotina entre os cafeicultores de vários países. Vários sistemas de poda são empregados e o seu objetivo principal quase sempre é o de promover a renovação dos ramos produtivos ou de limitar o crescimento da planta, para facilidade na colheita.

A poda como é feita nos outros paises, não é conhecida nem praticada pelo cafeicultor brasileiro, pois aqui se faz mais uma operação de limpeza dos ramos mortos ou decadentes e quando muito um desbaste dos ramos considerados excessivos.
Desbaste

É feito quando há excesso de brotação no tronco (ramos ortotrópicos, ponteiros ou ladrões). O aparecimento de um ou outro ramo ladrão na planta não é prejudicial, servindo, em muitos casos, para a renovação de sua parte aérea. A ação de fatores externos, como seca, eficiência mineral, geada etc., pode, entretanto, provocar uma brotação excessiva, sendo aconselhável no caso, um desbaste, deixando 1, 2 ou 3 ramos por planta, conforme haja maior ou menor número de plantas por cova.

Cobertura Morta

É uma prática agrícola que consiste em cobrir todo o solo do cafezal, ou somente a parte exposta à ação dos raios solares, como uma camada de espessura variável de material orgânico, geralmente de capinas, restos de culturas ou resíduos do próprio cafezal.

Como resultado do emprego da cobertura morta, devem ser esperados os seguintes efeitos sobre o solo e sobre a cultura:
1. Conservação da umidade da parte superficial do solo;
2. Enriquecimento de matéria orgânica nas camadas superficiais do solo;
3. Aumento no teor de alguns nutrientes do solo, em função da natureza do material empregado e sua quantidade;
4. Baixa nas temperaturas diurnas das camadas superficiais do solo;
5. Redução do excesso do teor de manganês trocável;
6. Redução ou extinção das ervas más da lavoura;
7. Dependendo da natureza do material utilizado e outros fatores, o emprego da cobertura morta poderá resultar em aumentos significativos na produção da lavoura e,
8.Controle da erosão.

Os inconvenientes da cobertura morta são os seguintes:
1. Grande quantidade de material necessário à sua execução. No caso de ser empregado o capim é preciso uma área de 2 a 3 hectares de capineiras, para cada hectare de café a ser coberto;
2. Custo elevado, pelo transporte do material e mão-de-obra necessária;
3. Aumento da incidência da geada e
4. Perigo de fogo.
Sombreamento

O cultivo do cafeeiro nas principais regiões cafeeiras do globo, com exceção do Brasil e do Quênia é feito como norma, em regime de sombra, proporcionada por árvores protetoras plantadas especialmente para essa finalidade, e que reduzem em maior ou menor grau, a incidência dos raios solares sobre a cultura.

Como árvores de sombra são empregadas essências de espécies diversas principalmente da família das leguminosas.
A questão do sombreamento dos cafeeiros têm atraído a atenção de inúmeros  pesquisadores, havendo os que defendem e outros que combatem essa prática. Em São Paulo, em razão das campanhas realizadas em favor do sombreamento, inúmeros cafeicultores, convencidos das vantagens do emprego dessa prática experimentam o sombreamento de suas lavouras. Os resultados obtidos dos casos foram, contudo, negativos ou pouco convincentes.
Determinações do teor em água disponível do solo, feitas por FRANCO em vários cafezais sombreados e a pleno sol do Estado de São Paulo, levaram-no a concluir que a concorrência em água que a árvore de sombra faz ao cafeeiro é a razão principal do fracasso de inúmeras lavouras sombreadas.
No entanto, em alguns cafezais em bom estado, mesmo durante a seca, foi verificado que não havia falta de água disponível no solo. Nesses casos, é inegável que o sombreamento apresenta algumas vantagens entre as quais salientam-se as seguintes:
a) Fornecimento abundante de matéria orgânica ao solo;
b) Controle eficiente da erosão;
c) Redução na infestação de ervas daninhas;
d) Duração maior dos frutos no estado de cereja;
e) Menor queda de frutos no chão e 
f) Custeio mais reduzido.
Em contraposição a essas vantagens o sombreamento apresenta um sério inconveniente: a redução da produção, que em certos casos, onde a árvore de sombra age como concorrente do cafeeiro, no consumo de água disponível do solo, pode cair a níveis irrisórios, sem significação econômica. Outro inconveniente do sombreamento é o de favorecer o aumento de infestações da broca.
Algumas Pragas do Cafeeiro

O cafeeiro é a planta cultivada que melhor responde aos tratos culturais a ela implementados, desde que as condições agronômicas da cultura sejam satisfatórias. Essas condições se baseiam em exaustivos estudos experimentais e em pesquisas bem conduzidas, permitem que uma das facetas da cultura seja grandemente facilitada, a do conhecimento e do controle das pragas.

Apesar de estarem catalogadas umas três dezenas de espécies de insetos como pragas do cafeeiro e do café, sabe-se com segurança que, em culturas tecnicamente conduzidas e em armazéns bem construídos, apenas quatro ou cinco dessas espécies são economicamente importantes, sobressaindo -se, dentre elas, a broca do café. O caruncho das tulhas, que tantos prejuízos tem ocasionado nos armazéns, vem em segundo lugar, como praga importante do café propriamente dita. Como pragas de certa importância, podem ser citadas: o bicho mineiro, a cochonilha verde, o piolho branco e a mosca do Mediterrâneo.
Broca do Café Hypothenemus hampei (Ferrari, 1867)

A broca deve ter sido introduzida em São Paulo em 1913 em partidas de sementes importadas da África e de Java. De 1913 a 1924 ela atingiu muitos cafezais de Campinas e espelhou-se por vários municípios vizinhos,causando os primeiros prejuízos ao café da safra de 1923-24.

De Campinas, espalhou-se por todo o território paulista. As boas condições das primitivas zonas infestadas, de Campinas e seus arredores, proporcionaram-lhe os meios de progredir em sua invasão, aumentar a população e provocar os tremendos e alarmantes prejuízos que ocasionou.
De São Paulo a broca avançou para os cafezais de Minas Gerais, Rios de Janeiro, Paraná, Espírito Santo e Bahia. Hoje, meio século após sua introdução a broca se encontra no Ceará e ao que parece, em alguns cafezais do Pará.

Importância Econômica: Quando o café é beneficiado aparecem 3 categorias de café: a de grãos perfeitos ou sãos, a de broqueados, em mistura com os primeiros e o café escolha. Além dessas categorias, que implicam em perfeição ou em defeitos do lote considerado, há que ser levada em conta, uma quarta categoria: a parte do café que foi destruída, que desaparece e que determina “perda de peso” ocasionada pela broca. Quando o grau de infestação é muito alto, diminui a  porcentagem de grãos perfeitos e aumenta a de grãos inteiros, porém perfurados,  a de café escolha e a de grãos quebrados. Um progressivo aumento da perda de peso se verifica à medida que o grau de infestação cresce.
Do ponto de vista comercial, o café broqueado entra com grande parcela da desqualificação do tipo, portanto, na depreciação comercial, pois cinco grãos perfurados constituem um defeito.
Comportamento Natural: O ataque aos frutos novos tem início a partir de outubro, dependendo do grau de desenvolvimento desses frutos. O ataque inicial é mais intenso, de acordo com a grandeza numérica da população existente no cafezal, abrigada nos frutos velhos da safra anterior. Essa população, representada por volume maior ou menor de indivíduos é, até certo ponto, controlada ou determinada pelos seguintes fatores:
– Quantidade de frutos velhos da safra anterior;
– Intensidade da queda pluvial durante os meses de inverno;
– Intensidade da infestação da safra anterior.
As chuvas precoces de julho, agosto e setembro, quando ocorrem, causam umidade aos frutos velhos, permitindo a reprodução a partir dessa época. Os cafeeiros beneficiados também pelas boas condições florescem mais cedo. Quando os frutos atingem o grau de “verdolengo-granados”, a população de broca, formada pelos indivíduos remanescentes da safra anterior é intensificada pela reprodução no início da nova frutificação, já é maciça e o ataque inicial é intenso. Em tais condições, a infestação já é elevada, em novembro-dezembro.
Ao contrário, faltando chuva até outubro-novembro, a população inicial é pequena e formada apenas pelos indivíduos que conseguiram transpor os meses de entressafras, abrigados nos frutos velhos. Tal condição, se repetida vários anos seguidos, faz com que a infestação não chegue a amedrontar, pois a broca não consegue formar densa população.
Combate: Para reduzir a população no início de cada frutificação, são recomendadas algumas medidas cujo beneficio e alcance nem todos compreendem muito bem. Uma dessas medidas, recomendada não só por causa da broca, mas também porque faz parte da cafeicultura regional, é a prática da colheita aprimorada, cujo objetivo é reduzir a população na entressafra e no início da frutificação. Os repasses, que nada mais eram que colheitas complementares tinham essa finalidade.
Atualmente o combate à broca é feito com o emprego do BHC a 1,5%, 40 kg/ha, sob a forma de polvilhamento. A primeira aplicação é feita quando o grau de infestação atinge a 5% dos frutos. Outras aplicações podem ser necessárias e normalmente são determinadas pela queda das chuvas.
Outros inseticidas podem ser recomendados, mas a maneira de aplicá-los sob a forma de pulverização, nem sempre é possível em lavouras deficitárias.

Bicho Mineiro

Perileucoptera Cofeella (Guerin-Meneville)
Ao bicho mineiro tem sido dada grande importância, principalmente nos anos de graves surtos. Levando-se em conta porem que as graves incidências coincidem sempre com anos de grande seca, conclui-se que aquela importância está intimamente ligada a fatores metereológicos, muito mais importantes do que a praga. Durante um longo período de seca a população de “ninfas” ou estragos feitos pelo bicho mineiro é muito grande e se atribui à queda excessiva de folhas, ao ataque mais intenso. No entanto, atendendo-se às perturbações fisiológicas da planta, determinadas pela falta de umidade no solo, conclui-se que as folhas caem como recurso fisiológico do cafeeiro, para economizar água.

O bicho mineiro é a lagarta de uma mariposa. O ovo é posto na página superior da folha e a lagartinha que dele eclode penetra através da cutícula e se aloja no parênquima, de cujos tecidos se alimenta. Ao completar o desenvolvimento, a lagarta abandona a “mina” que abriu e, desprendendo-se por um fio de seda, procura empupar numa das folhas mais próximas do solo.
Nos anos normais, com quedas regulares de chuvas durante o inverno, existe o problema do bicho mineiro. Nos anos de seca quando sua ocorrência é mais grave, o combate é pouco compensador, pois as folhas caem da mesma maneira, estejam ou não atacadas.

Cochonilha Verde

Este coccídeo pode adquirir alguma importância econômica, mas sua incidência no cafezal formado decorre, quase sempre, das más condições das plantas, ocasionadas pelas deficiências nutritivas ou, ao que parece, pelas alterações que surgem na relação quantitativa entre os elementos NPK. A cochonilha verde pode ser encontrada em cafeeiros aparentemente sadios, aparece sempre em maior abundância nas plantas cloróticas (amareladas), depauperadas e pouco produtivas.

É nos viveiros que a praga pode tornar-se importante. Quando as mudas transplantadas são muito infestadas, podendo haver uma mortandade acima do normal. É que as plantinhas, saídas do ambiente sombrio e úmido dos viveiros, passam por um período de adaptação no novo ambiente ensolarado e menos úmido. Se muito infestadas elas morrem, pois o sistema radicular ainda deficiente ainda não as alimenta suficientemente, sobrevindo os distúrbios acima citados.
A cochonilha verde é um inseto que se alimenta de seiva que é retirada dos tecidos das folhas e das extremidades tenras dos ramos por meio de estiletes que compõem o aparato bucal. Quando a população é muito grande, as quantidades de seiva retiradas são muitas elevadas e a planta não pode suportar o ataque por não poder repor a seiva retirada.
O combate à cochonilha verde deve ser praticado nos viveiros nos 30 dias que antecedem ao transplante, aplicando-se, duas ou três vezes, emulsão de óleo (óleo miscível) a 1%. O Folidol-óleo é um preparado composto de óleo miscível e Folidol, que dá resultados imediatos.
Na lavoura já formada, deve-se aplicar adubos minerais e orgânicos, para revigorar as plantas e em seguida, aplicar o Folidol-óleo, na concentração específica na embalagem. Duas ou três aplicações são necessárias para um completo controle.
Caruncho das Tulhas- Araecerus fasciculatus (De Geer)

Este coleóptero ataca frutos, raízes e tubérculos secos, tais como laranjas, maçãs mumificadas de algodão, cacau, batata doce seca, batatinha, café além de muitos outros produtos vegetais.
Até pouco tempo o café só era atacado nas tulhas. Com o benefício, desaparecia a praga. Ha alguns anos o caruncho começou a aparecer em grande quantidade nos armazéns de Santos e do planalto, com vultuosos prejuízos ao café beneficiado e neles depositados.
O ataque tem inicio na lavoura, em frutos que entram na fase de seca. A fêmea põe os ovos na polpa melosa ou já seca. Do ovo eclode a larva que a princípio se alimenta da mucilagem e depois penetra na semente, onde abre uma galeria relativamente grande. Terminado o período larval, o inseto passa à fase de pupa dentro de uma câmara preparada pela larva. Alguns dias depois de emergir, o adulto abandona o fruto, abrindo, para isso, um orifício de 4mm no pergaminho e na casca, pela qual alcança o exterior.
Quando o café em coco é deixado muito tempo na tulha, o inseto continua a reprodução e ocasiona sérios prejuízos. Ao contrário, quando o benefício se processa sem demora, não se notam senão vestígios dos danos ocasionados pelo caruncho. O beneficiamento do café era considerado como a única operação capaz de controlar a infestação, mas depois da adaptação do caruncho ao café beneficiado, principalmente dos armazéns, outras medidas se impõem.
Uma delas seria a remodelação dos armazéns, para torná-los mais claros e mais ventilados, com janelas teladas e com aparelhamento moderno de fumigação.
Outra medida seria a regulagem da descida de café para armazéns do porto de Santos-SP, para evitar a prolongada estocagem até que a praga seja extinta. Isso conseguido, só café livre da praga seria enviado para aquele porto, cujas condições de umidade e temperatura favorecem o rápido crescimento da população. Não fosse a adaptação ao café beneficiado, o caruncho continuaria a ser a praga que sempre foi de insignificância econômica.
Mosca do Mediterrâneo-Ceratitis capitata (Wiedmann)

A mosca do Mediterrâneo, cujas larvas são os bichos das frutas, é de alta importância para a fruticultura em geral. A exportação de laranja era dificultada quando os pomares de Campinas, Limeira, Araras, Araraquara, Bebedouro, etc., eram formados próximos a cafezais, pois estes são os mais eficientes criadouros de moscas. Pouco antes do início da colheita de café, em maio e junho, a enorme população de moscas criada nos cafezais, invadia os pomares e infestavam as laranjas que estavam amadurecendo.

Para o café, cuja infestação em certas zonas alcança 95% das cerejas maduras (Noroeste, Alta Paulista e Sorocabana), a mosca tem importância relativa. O café colhido cereja e seco, logo em seguida, não é prejudicado. Mas o que fica na lavoura, principalmente em contacto com o solo, sofre profundas alterações, quanto a qualidade. Ë que pelos orifícios de saída das larvas de moscas entra o fungo Fusarium concolor, que além de manchar os grãos de coloração rósea, altera a bebida sempre para pior, tornando o café “duro” e mesmo ‘riado”.
Doenças causadas por bactérias
Mancha Aureolada (Mancha bacteriana)

É a doença que foi constatada pela primeira vez no município de Garça-SP, em 1955. Provocou, na ocasião, justificado alarme, embora de expansão muito restrita. É causada pela bactéria Pseudomonas garcae.

Sintomas: São suscetíveis à infecção das folhas, frutos novos e extremidades em crescimento. Nas folhas aparecem manchas pardas, às vezes escuras, quase pretas, de contorno mais ou menos arredondado, que de 5 a 20mm  de diâmetro, cujo centro torna-se necrosado e o e pode se destacar, deixando furos. Ao redor da mancha forma-se um amarelado (auréola), que no princípio é muito largo, em relação à própria mancha. Quando a infecção se dá nos bordos, a queda dos tecidos secos confere contorno irregular, semelhante às deformações causadas por ventos do destas pelo halo amarelo. Folhas novas e em crescimento estio de Pseudomonas garcea.
Nos ramos produz uma seca das extremidades, que adquire cor escura. A doença causa a desfolha dos ramos atacados. Favorecem a “mancha bacteriana” fatores climáticos, como o frio e na entressafra. Lesões nos bordos das folhas devidas ao roçar de umas outras, por ação do vento, abrem caminho à infecção.
Controle: Erradicação das partes doentes para eliminar focos de infecção, complementados por adubações racionais e aplicação da mistura de bactericidas.
 
Doenças causadas por virus

Mancha Anular

Observada em 1938 em cafezais de Caçapava, não tem, entretanto, expressão econômica. 

Sintomas:
As manchas foliares são de coloração verde amarelada e apresenta, no centro, um pequeno ponto claro, circundado por um anel estreito verde escuro. Podem atingir até 20mm, de forma irregular ou ovalada com o eixo maior, na direção das nervuras secundárias. A mancha se compõe de linhas concêntricas, alternadamente claras e escuras, sendo a linha periférica mais larga,  de cor verde pálida ou pardacenta.

É interessante observar que nas folhas amarelas há uma aparente inversão de coloração da mancha, que é escura, sobre o fundo claro das folhas. A doença parece ser mais comum ou mais acentuada nas regiões úmidas.

Manchas de Óleo (pinta)

Foi observada, pela primeira vez, em 1938, na Alta Sorocabana, não tendo, até hoje, passado de simples constatações em nosso cafezal.

É, provavelmente, causada por vírus. Entre nós não foi ainda reproduzida experimentalmente. No país Costa Rica foi transmitida, experimentalmente, por enxertia. 
Sintomas: Aparecem nas folhas e frutos, sendo mais evidentes nas primeiras. São manchas pequenas, arredondadas, com 2 a 3 milímetros de diâmetro, bem definidas e de cor verde claro. São bem visíveis mesmo à distância, tendo o aspecto de uma mancha oleosa. Quando velhas, ficam mais amareladas e o tecido do centro toma cor parda. 
Doenças não infecciosas
Afogamento do Colo (asfixia)

É uma doença de caráter não infeccioso, decorrente de uma falha cultural, que vem sendo registradas com certa gravidade nos novos cafezais, formados em terras denominadas “velhas ou cansadas”.

A formação de cafezais em terras dessa natureza pode criar um problema considerada importante para o desenvolver da planta. À medida que o húmus vai sendo consumido, vai havendo rebaixamento do solo e do nível do plantio da muda, de modo que a planta fica muito enterrada; dá-se também por vezes, o soterramento do tronco, em virtude do enchimento prematuro das covas, pela terra conduzida por erosão, pelas chuvas etc. Em conseqüência, pode resultar, por asfixia de raízes, atraso no desenvolvimento da planta, que apresenta sintomas evidentes de estar sofrendo um distúrbio, pela vegetação rara e folhas pequenas, de cor verde amarelada. Estas, mais tarde, caem ficando as pontas dos galhos enegrecidas e secas.
Esses cafeeiros revelam, na região enterrada do caule, um desmesurado engrossamento, como conseqüência de uma reação à asfixia, em virtude de não emitirem raízes na parte soterrada. Nesta, observa-se em muitos casos, a presença de fungos, os quais concorrem para o mais rápido definhamento do cafeeiro.
Controle: Recomenda-se ajustar o nível da terra do balainho ou laminado ao nível do solo. Na lavoura já formada aconselha-se a retirada da terra nova até aparecerem as primeiras raízes laterais; manter, em seguida, as covas cafezal1desobstruídas até o 3º ou 4º ano. Para melhor defesa da cova, deve-se fazer a “meia lua” da terra, cortando as águas. Complementam-se essas medidas com adubações racionais, acompanhadas de calagem, na base de 2 quilos de pó calcáreo por cova.