COM INFINITY, BERTIN REFORÇA APOSTA EM BIOCOMBUSTÍVEIS

O Grupo Bertin marcou sua entrada de forma intensa em biocombustíveis com a compra de participação majoritária na Infinity Bio-Energy. O negócio não precisa mais passar por aprovação de credores, pois está dentro da três formas de capitalização previstas no plano de recuperação, aprovado na assembleia realizada em dezembro passado. Segundo fontes ouvidas pelo Valor, o Bertin analisa a aquisição de outras usinas. Não foi informado o valor do capital aportado na Infinity pelo grupo, que será majoritário.
Além da usina Usinavi, de Naviraí (MS), adquirida em 2006 e considerada o melhor ativo da Infinity, agora a Bertin – que tem usinas de biodiesel e alguns poucos negócios com cana – também é a maior acionista das outras quatro unidades do grupo. Juntas, as cinco usinas da Infinity moeram na safra 2009/10 cerca de 5,1 milhões de toneladas, uma média de 1 milhão de toneladas por unidade. Em 2010/11, a previsão era de moer 5,9 milhões de toneladas.
Parte das usinas ficam no cluster do Espírito Santo e têm uma menor capacidade instalada. As usinas Alcana, Disa e Cridasa têm cada uma capacidade de moagem de 1,5 milhão de toneladas de cana. A Paraíso, em Minas Gerais, tem processamento ainda inferior, de 800 mil toneladas, assim como a Ibirálcool, no sul da Bahia, ainda em construção.
Já a unidade de Naviraí tem capacidade de moagem de 3,2 milhões de toneladas, mas processou no ciclo 2009/10 cerca de 2 milhões de toneladas. Segundo um fundo de investimento que chegou a avaliar a compra dessa unidade, o interesse só foi dissipado porque a proposta da Infinity era de venda do “pacote”, ou seja, de todas as usinas do grupo.
A Infinity entrou no setor há quatro anos e pediu proteção judicial em agosto de 2009. As dívidas somam R$ 500 milhões (sem débito fiscal). A Infinity foi criada pela empresa de investimentos Kidd & Company e pela consultoria brasileira Worldinvest e esteve até agora sob a liderança do empresário Sérgio Thompson-Flores (Valor, 11/3/10)