COELHOS: DO CUSTO DE INSTALAÇÃO À CRIAÇÃO

De custo baixo, a criação do animal requer pouco espaço e instalações rústicas; gastos com ração podem ser diminuídos com uso de alimentos mais baratos

Texto João Mathias
Consultor Laerte Tvardovskas*


Os coelhos têm capacidade de se multiplicar rapidamente, todo o mundo sabe. Porém, não têm sido velozes o suficiente para acompanhar o ritmo de crescimento da demanda pela sua carne. Quem cria diz que não dá conta de atender aos pedidos. Tenra e saborosa, de alto valor calórico e protéico, a carne é rica em nutrientes, tem índice de colesterol baixo e seu preparo é fácil.
Além da carne o roedor fornece produtos como pele, patas, rabo, vísceras, cérebro, sangue e esterco. Aplicações que vão desde a produção de peças artesanais a artigos das indústrias têxtil e farmacêutica.
Por serem ótimos procriadores, não há necessidade de manter muitas matrizes para se conseguir bom volume de carne. Eles chegam a gerar de sete a 12 láparos (filhotes) por vez e permitem retorno do investimento entre 18 e 24 meses.

A raça califórnia (à esq.) é ideal para produzir carne; a fulvo de borgonha (ao centro) e a angorá (à dir.), para peles

Há no mercado animais que atingem mais de cinco a seis quilos, os gigantes; os de tamanho médio oscilam entre quatro e cinco quilos; e os pequenos, com três a quatro quilos. Outra opção são os minicoelhos para estimação, que pesam entre 1,5 e dois quilos. Do cruzamento de raças, surgiram exemplares precoces, rústicos e com ganho de peso mais rápido.

 

A atividade tem custo relativamente baixo, pois utiliza pouco espaço e instalações rústicas. Herbívoros, os animais podem comer talos, casca de batata e grãos como milho, soja, trigo, centeio e aveia.
Os vestígios mais antigos do coelho foram encontrados na Ásia. Fósseis também foram descobertos na Península Ibérica. Embora tenham sido domesticados muitos anos antes pelos romanos, os coelhos passaram a ser criados em gaiolas por monges só na Idade Média. No Brasil, a criação profissional começou em 1957.

Raio X
INÍCIO: dez fêmeas e dois machos
REPRODUÇÃO: de sete a 12 filhotes por ninhada
ÁREA: um metro quadrado por fêmea e um metro para engorda
INVESTIMENTO: cerca de quatro mil reais, o que inclui animais, instalações e equipamentos
RETORNO: entre 1,5 e dois anos
Mãos à obra
INÍCIO – Com poucas matrizes se consegue uma boa produção de carne. Comece a atividade com um mínimo necessário para se familiarizar com a rotina do manejo. É importante garantir um ambiente arejado e bem iluminado para a criação. Com pouca claridade, o desempenho reprodutivo tende a cair. Para regiões de clima tropical, é indicado que o coelhário (galpão onde serão mantidas as gaiolas) fique na posição leste-oeste.
LOCAL – Fique longe de áreas movimentadas e de outras criações, para evitar transmissão de doenças. Os coelhos não gostam de muito barulho, pois ficam agitados e estressados. Afinal, o excesso de ruído também pode provoca transtornos circulatórios, respiratórios e digestivos. Em relação à temperatura, o ideal é que o ambiente fique na faixa 15 aos 25 graus, embora eles suportem até 30 graus.
GALPÃO – Pode ser aberto ou semi-aberto. Coloque telas de arame nas laterais e, na base, construa pequena mureta de meio metro de altura. Providencie cortinas para as laterais abertas. Outra alternativa é plantar árvores e arbustos ao redor, para evitar correntezas de ar.
GAIOLAS – Adquira as de arame galvanizado. Uma gaiola de 60 x 80 x 40 centímetros serve para abrigar uma fêmea e o ninho com seus filhotes. Esse mesmo tamanho pode ser utilizado para a engorda de até seis coelhos.
EQUIPAMENTOS – As gaiolas são vendidas com comedouros de chapa galvanizada, e o criador tem a opção de usar bebedouros automáticos de metal. Porém, para baratear a atividade, uma boa alternativa são cumbucas de barro para ração e água. Os ninhos podem ser de madeira, com medidas recomendadas de 30 x 40 x 15 centímetros. É importante que possuam fundo com tela removível, o que facilita a limpeza do compartimento.
LIMPEZA – O ambiente deve ser higienizado com freqüência. Faça limpezas regulares, usando lança-chamas nas gaiolas e varrendo o galpão.
REPRODUÇÃO – Nas raças de tamanho médio e pequeno de coelhos, as fêmeas entram na fase de reprodução aos quatro meses e os machos, aos cinco meses.
FILHOTES – Os láparos nascem em média 31 dias após a cobertura. Devem ser mantidos aquecidos (com uso de lâmpadas) à temperatura de 35 a 39 graus. Depois de 21 dias saem do ninho, já comem ração e bebem água. Aos 35 dias, ocorre o desmame. Com 2,2 quilos estão prontos para o abate
ALIMENTAÇÃO – Para baratear custos, forneça também forrageiras e leguminosas Os coelhos gostam de rami, alfafa, feijão guandu, aveia e ramas de batata-doce, gramíneas,grãos, ervas aromáticas, cascas de batatas e banana.
*Criador Granja Bela Vista, Rua das Laranjas, 73, CEP 13233-000, Campo Limpo Paulista, SP, tel. (11) 4039-2459, coelhobv@terra.com.br

 
Fonte: Globo Ruralco

One thought on “COELHOS: DO CUSTO DE INSTALAÇÃO À CRIAÇÃO

  • Setembro 24, 2010 at 7:54 pm
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    Eu crio coelhos caseiramente, e os crio totalmente sem água e eles se desenvolvem normalmente e eu tenho eles em piquetes de madeira.

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